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quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

O Jovem é o maior alvo das campanhas de públicidades de bebidas alcoólicas



A indústria da bebida alcoólica está investindo mais em propagandas dirigidas a adolescentes do que nas voltadas a adultos. A conclusão é de um estudo publicado neste mês no ´´Journal of Adolescent Health´´, que avaliou, durante cinco anos, 13.513 campanhas de bebidas em 118 revistas americanas.

Apesar de o trabalho ter sido feito nos EUA, há indícios de que a tendência é a mesma no Brasil. Pesquisa da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) mostra que o adolescente se identifica com elementos da propaganda de cerveja -cores, gente jovem e bonita.

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Outro estudo da Unifesp ainda não concluído mostra que há muita propaganda de bebida na TV sendo veiculada à tarde, quando a maior audiência é do público infanto-juvenil. O Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) informou que desconhece essa informação e que não tem acesso às pesquisas da Unifesp e suas metodologias.

´´A indústria do álcool está nos enganando. Ao contrário do seu posicionamento público (de que não há publicidade dirigida a menores de idade), eles estão mirando nos jovens por meio da sua propaganda. Eles estão dizendo uma coisa e fazendo outra´´, disse à Folha

Michael Siegel, professor de ciências da saúde da Boston University e coautor do estudo.

Segundo os pesquisadores, as propagandas de bebidas usualmente consumidas por jovens (como cerveja premium beer ou de baixa caloria, rum e vodca) apareceram quatro vezes mais em revistas voltadas para jovens em comparação às bebidas mais consumidas por adultos (como uísque e gim).

Segundo a pesquisadora Ilana Pinsky, professora da Unifesp, as normas de autorregulamentação brasileiras são frequentemente burladas pela indústria no que diz respeito à propaganda de cerveja. ´´Embora ela não fale do produto em si, aborda os sonhos e o estilo de vida relacionado às pessoas jovens e bonitas, às festas, que tudo tem a ver com o jovem.´

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Vários comerciais de bebidas alccólicas vinculam seus produtos à riqueza, sucesso, prestígio, eventos musicais, esportivos e imagem de pessoas famosas de forma que mascara os verdadeiros interesses de lucro em vendas destas indústrias e incentiva o consumo precoce.

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Segundo o Conar, todos os possíveis abusos nas propagandas de cerveja são investigados. No ano passado, mais de cem processos éticos foram abertos, informou o conselho. Procurado pela Folha, o Sindicerv (sindicato nacional das indústrias de cerveja) não quis comentar as pesquisas.

Para Pinsky, a propaganda é um dos elementos que leva o jovem a um início mais precoce do consumo de bebida. Uma pesquisa do Cratod (Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas de São Paulo) mostra que quanto mais cedo se começa a beber, maiores as chances de se tornar dependente.

Na opinião de Arthur Guerra, presidente do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool, não há evidências científicas sólidas de que a propaganda esteja induzindo os jovens a beberem mais ou precocemente. ´´A propaganda de bebida usa pessoas jovens e bonitas assim como a de sabonete e a de sandálias Havaianas. O jovem vai beber com ou sem propaganda. É claro que ela influencia, mas creio que a decisão de beber não esteja ligada à propaganda.´'

Muitos são os fatores da influência dos comerciais de bebidas alcoólicas no consumo de menores, principalmente entre os meninos. Um deles é o de que os garotos acabam bebendo excessivamente para serem aceitos pelas meninas e terem mais facilidade ao partirem em uma conquista. Outra explicação é a de que embriagar-se significa ser homem, em uma demonstração de masculinidade, virilidade e maturidade.

O CONAR, impõe uma série de restrições para as publicidades. A regra primordial é a de que as propagandas não devem conter animações de crianças ou qualquer outro elemento que atraia a atenção daqueles que possuem menos de 18 anos de idade.

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Um exemplo que podemos avaliar é a punição da Brahma pela inclusão em sua publicidade de siris, conforme abaixo. Entre os jovens, temos como consequência do excesso da bebidas, os problemas relacionados a memória, com casos graves de brigas entre grupos, disputa por garotas e agressões físicas. Apesar das tentativas de censura à propagandas de inceitvo à bebida alcoólica, ainda há muito a ser feito.


"É preciso não só que os pais fiscalizem, mas que seja feita uma fiscalização muito maior nos bares que vendem bebidas alcoólicas a menores. O problema é antigo, não é da noite para o dia que vais ser solucionado". E você o que acha da influência de propaandas de bebida no abuso pelos menores?


Fonte: Pesquisas no Jornal a Folha de São Paulo - 2010